Yo, mina-san!
Hoje falaremos de outro clássico da
animação japonesa, Akira!
Diferente de Monster (última postagem
minha), Akira é um filme que alcançou fama mundial; sendo considerado um
ícone do gênero de ficção científica, e dito como o criador e proliferador do
estilo de animação cyberpunk do Japão
para o mundo.
O foco do estilo é representar um mundo
apocalíptico, futurista, distópico e desolado. Advindo da literatura de
clássicos como Neuromancer, de Willian Gibson, o gênero costuma retratar a
condição humana, o sentido da vida e a degradação da espécie humana; sem falar
na atmosfera computadorizada e a modificação do corpo humano.
Akira trás tudo isso somado à famosa
animação japonesa, que complementou o estilo de uma maneira nunca vista antes.
Renovando-o e o levando para uma nova potência de possibilidades.
O filme foi responsável por uma revolução
visual, técnica e composição de temas críticos e filosóficos dentro da ficção
científica. Influenciando não só as animações, mas o cinema em geral,
literatura, jogos e músicas.
Bom, vamos ao que interessa!
Pôster promocional (esse na capa é o Kaneda)
O filme conta com o roteiro de Izô
Hashimoto e é dirigido por Katsuhiro Ôtomo. A obra é baseada em um mangá de
mesmo nome criado por Otomo. O mesmo já foi responsável pela direção de
Steamboy (2004) e pelo roteiro do aclamado Metrópolis (2001).
A trama gira em torno da destruição de
Tóquio por uma grande explosão de energia. A explosão ocorreu durante a 3ª
guerra mundial e as circunstâncias são misteriosas, juntamente com a identidade
do responsável. Trinta anos depois, uma gangue de motoqueiros, liderados por
Kaneda, espalham o terror por Neo-Tóquio, a cidade construída por cima da
anterior. Os motoqueiros, após uma sangrenta luta contra com uma gangue rival,
acabam se envolvendo com seres com poderes sobrenaturais, o exército opressor e
o governo corrupto.
O filme se passa em 2019, e Neo-Tóquio
está para receber os jogos olímpicos em meio ao cenário de insatisfação de muitos
grupos sociais, que incluem um grupo terrorista e de fanáticos religiosos. Akira
retrata sabiamente tudo o que uma sociedade defasada pode se tornar. A
violência, a corrupção, a superpopulação, a juventude rebelde e a pobreza, são
trazidas ao filme como um espelho da própria sociedade japonesa Pós-Segunda
Guerra Mundial.
Mas não fiquemos limitados à interpretação
de que tudo no filme faz menção ao período em que o Japão estava tentando se
reerguer após a guerra. Se analisarmos a escolha de personagens, por exemplo, podemos
identificar uma similaridade com a história do famoso livro Laranja Mecânica, de
Anthony Burgess, onde acompanhamos jovens adolescentes que não encontram
limites em seus atos. Vivendo para nada além da violência e do prazer imediato e
distorcido que ela trás. Sem uma perspectiva de futuro ou melhora pessoal. E
sem exemplos de valores morais e de limites.
A legítima falta de uma figura que a
família deveria representar. E crianças sendo criadas por figuras autoritárias
e conservadoras. Parece, em parte, com a atualidade, não é?
A questão é: assistam Akira com a mente
aberta, sem se preocupar em tentar entender os sentidos ocultos ou easter eggs
da obra. Simplesmente veja e interprete como quiser, porque tem muitos
significados — incluindo uns bem doidos sobre espiritismo, hahahah.
Bom, depois de tanta seriedade, que tal
uma musiquinha? Se bem que esse tema é bem sombrio também! hahahah
É isso, espero que tenham gostado!
Na próxima postagem trarei Parasyte, o anime mais vegano já feito hahahah
Até a próxima, pessoal!